Minha História

Um pouco sobre mim...

Michele Santana

Costumo dizer que não sei se escolhi a Psicologia ou se foi ela que me escolheu. Antes de ser psicóloga, atuei por anos nas áreas de marketing e comercial. Embora amasse o que fazia, havia em mim uma inquietação profunda — algo que me fazia questionar a vida, os sentimentos, as relações. Vinda de uma história marcada por experiências de abandono e rejeição, me sentia como uma peça que não se encaixava no quebra-cabeça da vida.

Sempre fui apaixonada pelo desenvolvimento humano. Comecei a fazer terapia ainda jovem, aos 20 anos, e mergulhei nesse universo com curiosidade e sede de compreensão. Lia, estudava e refletia sobre dores emocionais com intensidade. E foi nesse processo que encontrei uma psicóloga que me ajudou profundamente. Foi ela quem, sem saber, plantou a semente da minha futura atuação: eu também queria apoiar pessoas, assim como ela fez por mim.

Certa vez, lendo o livro Poder Sem Limites, de Tony Robbins, uma frase me atravessou: “Quero que minha vida vá além da morte.” Pode parecer clichê, mas ressoou em mim de forma profunda. Percebi que, ao tocar outras vidas com cuidado, presença e afeto, minha existência também deixaria marcas de cura — e assim, de alguma forma, continuaria.

Em 2013, deixei minha carreira no marketing, iniciei a graduação em Psicologia e passei a trabalhar em um grande instituto de desenvolvimento humano, onde permaneci por nove anos. Ali produzi cursos e treinamentos voltados ao autoconhecimento, o que reforçou minha certeza de que esse era, de fato, o meu caminho.

Minha trajetória clínica tem sido, desde então, um mergulho no universo do trauma psíquico. Com o tempo, compreendi que apenas as teorias não seriam suficientes para acolher as dores que chegam à clínica. O trabalho com trauma exige presença, entrega, e, acima de tudo, humanidade. Por isso, antes de sentar com a dor do outro, precisei — e sigo precisando — reconhecer e cuidar da minha.

Acredito que o verdadeiro cuidado terapêutico nasce da compaixão e da amorosidade, e não apenas da técnica. Aprendi que, quando olhamos com gentileza para nossos próprios traumas, descobrimos dons preciosos. Muitas das minhas maiores forças nasceram justamente das dores que vivi.

Com esse olhar, sigo aprofundando meu trabalho com o trauma e a reconstrução pós-traumática, por meio de uma escuta sensível e de um trabalho clínico que valoriza a singularidade de cada história. Para isso, venho trilhando uma trajetória de estudos e formações, como: