A palavra “trauma” é muitas vezes usada para descrever qualquer experiência difícil, mas é importante entender que nem todo evento doloroso resulta, necessariamente, em uma traumatização. Ou seja, viver um trauma não significa, automaticamente, ter ficado traumatizado.
O trauma é subjetivo. Está menos ligado ao que aconteceu e mais à forma como nosso sistema nervoso foi capaz (ou não) de lidar com aquilo. Trauma é quando o evento do passado não passa — quando seguimos reagindo no presente com estratégias que antes foram fundamentais para nossa sobrevivência, mas que hoje são disfuncionais, nos limitam, nos afastam de nós mesmos, das nossas escolhas e dos nossos relacionamentos. Pois ao nos fecharmos para não sentir a dor, também nos fechamos para não sentir o amor, “a porta ao ser fechada, fecha para os dois lados”.
A traumatização acontece quando essas experiências impactantes não são integradas, permanecendo “presas” no corpo e na mente. Isso pode gerar sintomas como ansiedade, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade, tristeza, solidão, insegurança, vazio, sensação de desconexão, problemas de relacionamento, entre outros.
Por que tratar o trauma?
Porque sem tratamento, tendemos a reviver o passado no presente — repetindo padrões, ativando defesas antigas e reagindo de forma automática a situações que, racionalmente, nem sempre fazem sentido.
O trauma não curado nos tira do agora. Ele nos impede de acessar plenamente quem somos e o que queremos. Ao tratá-lo, abrimos espaço para viver de forma mais autêntica, livre e conectada com nossos desejos, limites e recursos internos.
Tratar do trauma não é apagar o passado, mas integrá-lo. É reconhecer a força que nos trouxe até aqui, e ao mesmo tempo, permitir que novas formas de viver possam emergir — mais leves, conscientes e conectadas com quem somos de verdade.
Se você sente que algo do passado ainda ecoa no seu corpo, suas emoções ou nas suas escolhas, saiba que é possível transformar essa dor. E que há um caminho gentil e profundo para isso.